14 de agosto de 2019

O Sr. Fritz Koegler

Através da Lei nº 1891 de 03 de novembro de 1972 foi criada a Rua Fritz Koegler.

A rua tem seu início na Rua Francisco Vahldieck, nº 1265 e o seu término na BR 470. O traçado da rua teve algumas alterações recentes devido a implantação da Via Expressa Paul Fritz Kuehnrich, o que trouxe muitas conseqüências fazendo com que alguns dos moradores da região tivessem que se adaptar a estas alterações bastante contrariados.

     Mas afinal, quem foi o Sr. Fritz Koegler? 

Obtivemos muitas informações com a Sra. Dorvalina Koegler, a dona Lina como é conhecida esta simpática e prestativa senhora, neta do Sr. Fritz Koegler nascida em 5 de Janeiro de 1949, e também  com a Sra. Clara Hostin, Filha mais nova do Sr. Fritz Koegler , nascida em 24 de Outubro de 1928, em entrevistas concedidas nas tardes do dia 12 e 13 de abril de 2012.

            O Sr. Fritz Koegler Nasceu em 7 de Setembro 1881 em Blumenau, era filho de Franz Koegler, e Emma Geb. Juenger.  O Sr. Franz Koegler, era um colono alemão que veio para Blumenau no dia 14 de Janeiro de 1852 e que depois de 9 dias por aqui, participou da defesa do acampamento do Dr. Blumenau na Barra da Velha, atacado pelos índios  Botocudos.  (Segundo informações obtidas no arquivo histórico de Blumenau)

Fritz Koegler casou-se com Luize Georg e juntos tiveram 11 filhos, sendo 7 mulheres e 4 homens. Dona Clara Koegler, a filha mais nova do Sr. Fritz Koegler nos lembrou de que um destes filhos morreu muito novo, com cerca de dois anos e meio, vítima de engasgamento.

            Proprietário de um considerável volume de terras ao longo da Rua que hoje leva seu nome, o Sr. Fritz Koegler era também zelador deste trecho da estrada, sendo responsável pela manutenção e macadamização da rua na época. Nada de anormal a não ser o fato de que o ato de pavimentar com macadame as estradas era feito manualmente, ou seja: o macadame era extraído com golpes de picareta de uma mina situada onde hoje é a Rua 25 de Agosto, depois este material era carregado a pazadas na carroça puxada com cavalos, levado até o local onde era descarregado e espalhado com pás, enxadas e enxadões, tudo manualmente. Em dias de boa produtividade, eram feitas até dez cargas de macadame, nos conta dona Clara, que nos relatou também outra atividade exercida pelo Sr. Fritz Koegler: a de coveiro.

Segundo relatos de dona Clara, o Sr. Fritz Koegler era uma pessoa muito correta e adotava uma linha de educação rígida para com os filhos e netos.

            Dona Lina, neta do Sr, Fritz Koegler e que mora no local onde antigamente residia seu avô, (hoje seria mais ou menos na altura do nº 500 da rua) nos contou que quando nova, no final dos anos 50, o Ribeirão Fortaleza, que passa por este local tinha um grande volume de água cristalina e muito limpa.  Nela pescavam grande quantidade de peixes como jundiás, traíras e cascudos. Estas águas movimentavam um engenho de açúcar de propriedade da família, existiam também no local, além de muitas pastagens, pés de laranja, tangerinas, caquis, jabuticabas, plantações de cana, milho e aipim.

Além dos animais como as vacas para obtenção do leite, os cavalos utilizados na lavoura e nos serviços de transporte, tinham também os animais de corte, como porcos, patos, marrecos, gansos e muitas galinhas.  Vale lembrar que antes da chegada da energia elétrica, a conservação da carne era difícil. Matar um animal de grande porte era algo complicado pela dificuldade de conservar a carne. Ou utilizava-se o sal para fazer a carne seca, ou defumavam-se os pedaços, ou então se colocava a carne já frita em grandes latas ou barricas com banha de porco, o que conservava a carne por um longo período.

            Dona Clara nos lembra que seu pai Fritz Koegler mantinha em determinada época uma grande plantação de abacaxis, que produziam belos frutos, porém esta atividade teve que ser abandonada, devido a alergia que os espinhos provocavam em sua mãe Luize, pois na época as mulheres não usavam calças compridas para proteger as pernas, o costume era utilizar apenas vestidos compridos.

            Os banhos na época eram tomados no ribeirão, já que a água era muito limpa e no inverno a água era esquentada e tomava-se banho em coxos de madeira, onde também se lavavam as roupas.

            Dona Lina nos fala a respeito de uma casa de comércio antiga, na esquina onde hoje é a Instaladora Krauss onde se comprava: Café, Trigo, Sal e Querosene. Lembra-se também da carroça da companhia Jensen, que passava de tempos em tempos, trazendo carne, linguiça, morcilha entre outros produtos desta importante companhia de outrora.

 Ricardo Koegler pai da dona Lina faleceu com 38 anos vítima de infecções provocadas pelo tétano. Isto nos mostra um pouco das dificuldades enfrentadas na época com relação as condições de saúde.

            Dona Lina nos relata também que frequentava o Colégio Machado de Assis, que teve seu acesso bastante facilitado após a construção da ponte Irineu Bornhausen, na Itoupava Norte. A ponte foi construída pelo governo do estado e foi inaugurada em 1953. Antes disto a travessia do rio era feita por uma balsa.

                    O Sr. Fritz Koegler faleceu no dia 06 de maio de 1966, aos 85 anos de idade.

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